Fafá de Belém: meio século de música e representatividade nortista

Letícia Perdigão

Em 2024, a icônica cantora Fafá de Belém celebra seus 50 anos de carreira, um marco significativo não apenas para a música brasileira, mas também para a representatividade cultural do Norte do país. Com uma voz poderosa e uma presença carismática, Fafá conquistou o coração do Brasil e do mundo, levando consigo a alma da Amazônia

Maria de Fátima Palha de Figueiredo, mais conhecida como Fafá de Belém, nasceu em 9 de agosto de 1956, em Belém do Pará. Desde jovem, Fafá demonstrou um talento extraordinário para a música. Sua carreira começou em 1974, e rapidamente ela se destacou

Fafá sempre foi uma representante apaixonada da cultura e das tradições do Norte do Brasil. Seu repertório é marcado por ritmos regionais, como o carimbó, o marabaixo e o brega

Entre os inúmeros momentos memoráveis de sua carreira, destacam-se suas participações em festivais internacionais, a gravação de álbuns que se tornaram clássicos, como Crença e Humana, e a interpretação de temas que se tornaram hinos, como Foi Assim e Nuvem de Lágrimas

Além de sua contribuição para a música, Fafá de Belém é reconhecida por seu engajamento em causas sociais e ambientais. Defensora fervorosa da Amazônia, ela utiliza sua plataforma para conscientizar sobre a importância da preservação ambiental e dos direitos das comunidades indígenas

Em coletiva de imprensa durante o São João da Thay, no último fim de semana, onde foi homenageada, a cantora falou sobre nunca ter seguidos tendências e de como isso foi importante para tornar sua carreira sólida

“Eu olho para trás e tenho muito orgulho da minha história. Fui cancelada muitas vezes, me botaram no paredão, me viraram de cabeça para baixo, mas eu nunca segui o caminhos dos bois, só do Boi Bumbá e do Bumba meu Boi. Eu nunca trabalhei na previsibilidade. Eu nunca segui a assessoria do marketing, de seguir tendências. Sempre fui guiada nos caminhos do meu coração”,
explica Fafá

Fafá também explica que o amor à música é o que a motiva a continuar: “Eu amo muito ser cantora, eu gosto da música, e eu continuo gostando de música, continuo tendo atenção quando uma música me atropela no meio do nada e isso cria em mim um movimento para seguir aquele caminho. E é assim que aos 67 anos, eu continuo”

A cantora ainda garantiu que preparou muitas surpresas para os 50 anos de carreira. “ Vou ter um espetáculo de rock que eu quero fazer de novo, fazer várias releituras de coisas que eu já fiz e brincar”, afirma 

Fafá também falou sobre se reinventar na carreira e citou sua clássica música Emoriô, regravada pelo duo de DJs Trinax no ano passado

“Chego aos 50 anos de carreira com uma canção chamada Emorio, que foi gravada em 1975,essa gravação foi remixada e no ano passado, através de dois DJs que ouviram em uma boate no Rio de Janeiro, fizeram uma mixagem, e essa canção tem milhões de streamings, a mesma canção, com o mesmo arranjo, com a mesma base, olhada por um olhar eletrônico”,
conta Fafá

“Eu venho do analógico, do gravador de rolo de duas polegadas e 8 canais, atravessei tudo isso e sempre tenho curiosidade. Quero saber o que está acontecendo, não quero saber se é moda, tendência, me emocionou, eu vou. Tenho uma identificação muito grande com o povo desse país. Nós somos livres. Querem nos colocar em caminhos e em baias, mas não somos isso”, finalizou a artista

Autor:
Letícia Perdigão

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