A expressão “No pain, no gain” (sem dor, sem ganho, em português) se popularizou no mundo da academia. Muitas pessoas acreditam que sentir dor após a musculação é um sinal de que o treino funcionou.
Apesar de ser muito difundida, especialistas afirmam que essa ideia não é totalmente correta.
“Existem dois tipos de dor relacionados à musculação: a leve e benigna, que faz parte do processo de adaptação, e a mais intensa, que pode indicar lesão”, explica o educador físico Augusto Olivieri.
A dor leve aparece como uma queimação no final do exercício. Já a intensa e persistente acontece quando o praticante não respeita as fases de adaptação, podendo indicar sobrecarga e risco de lesões.
Na musculação, os músculos são mais exigidos do que no cotidiano. Esse esforço gera pequenas rupturas nas fibras musculares, principalmente na execução de movimentos excêntricos.
Após o treino, o corpo inicia um processo de reparo e adaptação, podendo causar dor leve, conhecida como dor muscular tardia. Geralmente, ela aparece entre 24 e 72 horas depois da atividade física.
A ideia de fazer com que o corpo sinta dor para obter mais resultados pode trazer prejuízos sérios aos praticantes, aumentando o risco de lesões musculares e articulares.
Em exagero, os exercícios podem levar a um rompimento total ou parcial de algum grupo muscular, levando a uma recuperação lenta, dolorosa e que atrapalha o progresso.
“Quando trabalhamos de forma exagerada, as articulações também ficam sobrecarregadas, o que pode gerar desgaste ou dano nelas próprias", ressalta o educador físico Daniel Santos.