Produção de dendê explora população negras e indígenas no Brasil

REBECA BORGES

O dendê é sagrado para as religiões de matriz africana. O fruto, a palmeira, as folhas, o azeite e outros produtos feitos a partir do dendezeiro são considerados joias ancestrais para a cultura negra na Bahia, da economia à espiritualidade

Distantes geograficamente, Bahia e Pará conectam-se pela cadeia produtiva do óleo de palma. Com a falta de incentivos para a produção do dendê no nordeste, o plantio migrou para a região Norte

No Pará, a palma é explorada por grandes indústrias que transformaram o produto sagrado em monocultura. A plantação em massa no nordeste do estado virou sinônimo de destruição para comunidades quilombolas e indígenas

Grupos tradicionais acusam as grandes produtoras de dendê de invadir territórios e expulsar moradores, além de causar impactos socioambientais na região e destruir a relação ancestral que o povo tem com a terra

“Antes do dendê, nós vivíamos felizes porque nós éramos libertos. Nós andávamos por onde queríamos, caçávamos, pescávamos. Ninguém estava impedindo nada. Eles têm medo da gente roubar essas árvores de dendê deles. Mas o nosso direito eles roubaram, nosso direito eles tiraram à força. Quero saber quando a Justiça vai tomar providência para entregar o que é nosso”

* Raimundo Serrão, 62 anos, uma das lideranças quilombolas de Tailândia, município paraense.

O fio condutor dessa história perpassa séculos e milhares de quilômetros. Do Pará à Bahia, o Metrópoles percorreu 5,7 mil quilômetros para denunciar como a cadeia produtiva do dendê impacta povos quilombolas e indígenas

Leia a matéria completa no Metrópoles

clique aqui

Autor:
Rebeca Borges

IMAGENS:
Cícero Pedrosa Neto
 e Rafaela Felicciano