Nem só de estampas de limão-siciliano e joias poderosas vive a marca Dolce & Gabbana. A grife italiana, fundada em 1985, é também uma das mais controversas da moda
Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana construíram um império que dispõe de linhas de roupas femininas e masculinas, acessórios, cosméticos e óculos
Mas o barco da marca começou a afundar em 2013, quando Domenico se posicionou contra a adoção de crianças por casais homossexuais, as técnicas de fertilização e o uso de barriga de aluguel
“Uma criança deve ter um pai e uma mãe. Ou pelo menos deveria ser assim. Não me convencem aqueles que eu chamo de ‘filhos da química’, crianças sintéticas ou úteros de aluguel”, disparou Dolce
Mostrando que não soube evoluir, a Dolce & Gabbana continuou no culto à magreza, que é tão tradicional na moda. A etiqueta lançou produtos, como tênis e bolsas, com a frase “Magra e maravilhosa”
Os italianos também gostam de confusão com celebridades. Uma vez, Stefano comentou, no Instagram, em uma foto da cantora Selena Gomez: “Ela é tão feia!”
Em 2018, o estilista encrencou com a família Kardashian. No Instagram, assinalou que as irmãs eram “as pessoas mais baratas do mundo”. No último ano, porém, a D&G patrocinou o casamento de Kourtney Kardashian
No mesmo ano, a label se envolveu em polêmica que teve repercussões sérias. Antes de apresentar um desfile-espetáculo em Xangai, na China, a Dolce & Gabbana divulgou campanha que pegou mal…
A marca gravou um vídeo em que uma modelo chinesa, vestida com trajes típicos, tentava comer pratos italianos com hashis em vez de garfo e faca. A “graça” estava no fato de ela não conseguir
Parte da comunidade chinesa – país que é um dos principais mercados da D&G – considerou a peça de marketing como xenofóbica. Surgiram pedidos de boicote, e os vídeos foram deletados
Stefano Gabbana, mais uma vez, decidiu se expressar no Instagram com comentários que não melhoraram em nada a situação. Para conter a crise, a grife italiana cancelou o desfile na cidade chinesa
O italiano escreveu: “Se os chineses se sentem ofendidos por uma garota que come pizza ou macarrão com hashi, isso significa que os chineses se sentem inferiores, e isso não é problema nosso”
A parceria firmada com a família Kardashian, entre outras ações de marketing, mostra que a marca, que é sinônimo de extravagância, busca melhorar a própria imagem para não correr o risco de entrar em falência